1 de fevereiro de 2010

Tal VII

Eu vou ser honesto: não gosto muito de filmes de terror nem nada dessas coisas (com certas excepções). No entanto, há um personagem que eu considero rei dos vilões e não me importo de ver: o Conde Drácula! Não sei porquê, mas o seu aspecto horrivelmente cordial dá-lhe tudo o que um surpremo inimigo do mundo precisa para se estabelecer e ser temido como tal. Mais ou menos como um americano com sotaque transilvânico.

Ora recentemente parece estar na moda fazer coisas com vampiros. Mas vampiros diferentes...

O estereótipo que eu tenho de uma vampiro é de um monstro com pouca vontade de fazer amigos, a não ser que esses amigos tenham vontade de lhe "dar" sangue, coitado. Portanto, alguém que, com os costumes do seu dia-a-dia (ou noite-a-noite??), carece de capacidades sociais para saber o que está certo ou errado fazer ou dizer. Imaginem só estarem de conversa num grupo de colegas ou amigos, e um dos intervenientes por acaso é um vampiro. Não seria esquisito terem que o chamar à atenção que olhar fixamente para os pescoços do pessoal dá má impressão?

Ora, como acharam que isso não podia ser, começaram a aparecer livros, séries, filmes, etc., em que os vampiros não matam pessoas para se saciarem. Arranjam outra maneira de beber sangue. Mas isso tira um bocado a piada, porque o vampiro é supostamente um ser vil.
Como se isso não bastasse, os vampiros não são representados ou pensados como mortos-vivos, mas sim como modelos ultra sexy que ainda por cima se vestem à morangueiro.

Imagino que tudo isto seja porque há algo de misterioso sobre os vampiros. Há ali uma espécie de aura que eles parecem emanar que atrai as camadas mais jovens. Se um vampiro a sério deve ser uma criatura assustadora, aligeirarem a coisa só para fazer os jovens interessados parece-me um bom plano só a curto prazo(para ganharem umas notas por algum tempo enfim), porque a imagem de um vampiro nunca mais será a mesma e daqui a uns meses ou anos a moda já caiu e os vampiros, coitados, cairão em desuso. Por outro lado, só mesmo os morangueiros para cairem numa coisa tão estúpida como vampiros que tentam salvar o ser humano em vez de se refrescarem furando uma velhinha com uma palhinha directa ao coração como refeição da noite.

Mas gostos são gostos suponho.

E parvoíce é parvoíce.



O Rei Bacalhau não se importa muito que o Drácula fique fora da cena. Pode ser que os planos de dominação mundial finalmente possam ser executados quando o seu maior rival ser motivo de chacota, em vez de veneração. Veremos.

8 comentários:

  1. Esqueceste-te de um dos aspectos que eu acho bastante importante. Eles BRILHAM ao sol. BRILHAAAAMMMM! Não se transformam em cinza. BRILHAM!! Na minha opniao, estes "vampiros" do Twilight estragam dezenas e dezenas de filmes clássicos que não se baseavam no corpo extremamente bem tonificado das personagens. Pode-se dizer que sou "old school", mas sinceramente prefiro ver um vampiro morder alguém (só porque pode) do que andar ali o tempo todo a resistir á tentação.."(mordo, não mordo, mordo, não mordo...) Ah que se lixe, vou masé morder um belo de um animal. É menos criminal."
    Quanto ás novelas da SIC e TVI, ainda não as vi, por isso não posso dizer nada.

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  2. A tua sorte é que os vampiros não gostam de peixe!

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  3. E os Marretas! Também tinham um vampiro. E ninguém gozou com ele.

    Vampiros ao poder!

    Vampiros para o Haiti, já!

    Vampiros unidos jamais serão vencidos nem vendidos (esta é minha).

    Queremos ter direito à SS (Segurança Social), Sindicato e férias com subsídio.

    A luta continua...

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  4. Como tudo na vida há coisas que só existem porque... está na moda.
    Amanhã caem em desuso e ninguém mais se lembra deles.
    Aconteceu o mesmo com uma quantidade de séries e que hoje (vinte ou mais anos passados) chamam de culto. A nostalgia dos anos e das nossas meninices faz-nos tempos mais tarde aceitar algumas "oisas" com alguma naturalidade. A juventude de hoje é mais heterógénia. Há gostos para tudo. E sem complexos. E isso eu acho que é bom.

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  5. Quem diria que um dia havia de ver aquele miúdo ... um pouco tímido ... pequenino ... mas "senhor do seu nariz" ... empenhado ... preocupado com os outros ... a expressar os seus sentimentos, neste mundo da blogosfera em que gostas de continuar a "expressar sentimentos".
    Um abraço cheio de ternura
    Daquela que te ensinou a escrever as primeiras letras, a ler os primeiros textos, a resolver os primeiros problemas. Um beijão

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  6. Devo dizer que fiquei deveras surpreendido pelo seu comentário. Pela positiva! Deveras que, para além da Rua Sésamo, os meus primeiros passos como português foram realmente consigo. E não posso de todo dizer que poderia ter tido uma melhor professora. Não sei quanto de mim mudou desde os meus tempos de infante, mas sei que da sua turma (e que eu conheça) saiu muita gente excelente e decente (e que ainda hoje o é), algo que estranhamente falta muito por aí.

    Suponho que daqui se pode reflectir a importância de uma professora primária no desenvolvimento infantil. Talvez daí (e de outros variadíssimos factores obviamente) a razão de eu ser um rapaz tão "esquisito" (pelas normas da sociedade como a conhecemos pelo menos).

    E por isso, agradeço-lhe.

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  7. Em boa verdade os vampiros de agora sao bastante fieis em alguns aspectos ao Dracula de Bram Stoker. Falta-lhes a malvadez necessaria e retirarem prazer daquilo que sao mas de resto, o Dracula e caracterizado como uma personagem algo apelativa e com um charme natural. O Nydrus ainda se escandaliza com o efeito do sol nestes vampiros do novo seculo. Eu tambem acho ridiculo o "olhem para mim que sou tao bonito e ao sol ainda brilho, mas estou muito triste na mesma", mas a historia das cinzas eu tambem nao sei de onde surge, o sol so enfraquece o Dracula( e nao muito porque continua a ter uma força imensa), nao o mata. Quanto as vestes "morangueiras" para mim faz sentido tendo em conta que nas ultimas obras de ficção os vampiros se tentam integrar e vestes do sec XIX sao capazes de dar nas vistas.

    Nao sei se ha verdadeiramente uma moda de vampiros, ha uma moda de twilight isso sim, mas ficção com vampiros sempre houve em quantidades semelhantes as de agora, desde a Buffy e do Angel ao Blade e os "n" filmes de vampiros.

    PS: Aquele ultimo comentario é da Professora Henriqueta?

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  8. É sim senhor, como é que descobriu o blog não perguntes.

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