26 de outubro de 2010

Transportes Públicos V

Ui, 8 de Agosto desde a última publicação, até aqui a minha infinita irresponsabilidade se nostra evidente.

Mas mudemos de assunto, porque algo de certeza me fez dar o click para escrever aqui algo (e como suponho que tenham adivinhado pelo título, foi uma daquelas míticas cenas que só conseguem ocorrer em localizações públicas).

Voltava eu da faculdade hoje (uma das razões que não tenho escrito aqui, seguida de falta de criatividade, e preguiça). Um homem, preocupadíssimo, pede, o mais humildemente possível a um outro homem (um branco, de fatinho e tal) se podia enviar uma mensagem para um 96, aparetemente, pelo que eu apanhei da conversa, era de carácter algo urgente. O homem recusou e o pedinte retraiu-se, derrotado. No entanto, um outro homem (preto, não vestido de fatinho e tal) ofereceu-se então para ajudar o outro.

Não só o deixava mandar uma mensagem como o deixou telefonar. Ora, eu não faço a mínima ideia que tarifário é que ele tinha e se por acaso ele tinha chamadas grátis. No entanto, apesar da possibilidade de ele não gastar dinheiro ao fazer a chamada, o importante é que ele se ofereceu para tal.

Já não há muito disso nos dias de hoje. Ainda por cima normalmente há pessoal que diz que os pretos são todos uns bárbaros que só sabem assaltar pessoas e tal. Isto prova o contrário para essa gente que nunca teve amigos pretos.

Bom, o indivíduo lá fez a chamada e aqui vem a parte que mais significado terá. A expressão de gratidão que o homem teve para com o outro foi tão poderosa e sincera que naquele momento pensei que não existia tal coisa no mundo como egoísmo ou ganância ou arrogância ou qualquer outra dessas tretas.

Podem pensar "Ah, mas isso não tem nada de especial, qualquer um faria isso!"

Será?

8 de agosto de 2010

Férias (Guerra dos Mundos)

Agora de férias posso aproveitar e pôr alguma leitura em dia.

No outro dia agarrei num livro que já queria ler há algum tempo. A Guerra dos Mundos, pelo Helbert George Wells, um dos considerados pais da ficção científica.

Para quem nunca leu, basicamente trata duma invasão da Terra por parte dos marcianos. Eles aterram lá em Inglaterra e começam a aviar forte e feio nos Ingleses. Relacionado com isto há lá uma reflexão que o narrador (que surpreendentemente consegue manter-se anónimo durante o livro todo) tem a certa altura do livro. Era uma coisa do género: nós somos tão inferiores em comparação com os marcianos como os coelhos para nós.

Pode parecer esquisito, e possivelmente não faz grande sentido assim de repente. Mas vejamos:

O Homem, ao ter capacidades de fabricar armadilhas e armas, consegue caçar, matar, mutilar e comer qualquer animal no seu meio. Apesar de alguns animais se tentarem defender, a superioridade desnatural dos humanos acaba quase sempre por ganhar. Nós, como humanos, achamos isto muito bem. Temos de comer, não é verdade?

Agora vamos inverter a moeda.

Os marcianos vêm. Começam à bofetada connosco e a mandar lasers para tudo quanto é sítio. De repente descobre-se que eles se alimentam de humanos. O quê? Que nojo, horrível, bárbaros! Eles só podem fazer isso porque têm armas melhores e tal!

Mas não é essa exactamente a vantagem que temos sobre os animais? O que é que deve pensar o filho coelho quando vê a mãezinha a ser assada? Não iria pensar o mesmo que nós se vissemos um familiar nosso a ser brutalmente canibalizado?

A verdade é essa, é que por muito que nos achemos no topo da cadeia alimentar, pode haver sempre alguém mais forte, mesmo que demore tempo até decobrirmos isso. E isso aplica-se a muitas coisas na vida. Daí ter sido algo que me fez reflectir muito.


O primeiro caso em que a espécie dominante foi substítuida por outra foi na era dos bacalhaus, tão pouco documentada... Quando os humanos vieram, os bacalhaus perderam o seu lugar surpremo no mundo. Raios partam os anzóis.

6 de agosto de 2010

Tal XII

Sempre me perguntei uma coisa...

Porque é que se diz que os chineses são amarelos? Eu conheço bastantes e eles são da mesma côr que os brancos. Será que na verdade eles sofrem todos de icterícia e são tratados automaticamente quando saem da China?

Dá que pensar.

Férias

Eu admito, eu não gosto de praia...

Adoro.

A ponto de as últimas semanas antes das férias serem algo torturantes, pois nem nos fins de semana posso ir, e o desejo de pôr os meus pés na areia aumenta.

Devem imaginar o radiante que fico ao saber que vou ter um mês aproximadamente de praia. Mês esse que já estou a aproveitar.

Mas vejamos uma coisa, eu não gosto da praia pelas mesmas razões que quase toda a gente. Para já, a primeira coisa que faço é uma minuciosa protecção da minha pele. Apanhar escaldões não me interessa muito. Por muito que ache que o bronzeamento da minha pele seja um bónus, na verdade o pessoal usa a pele bronzeada num comportamento perfeitamente natural dos animais, o de chamamento de parceiro(a). Ilógico, portanto.

Para continuar, é preciso inserir o leitor no meu contexto. A cada ano estou cerca de onze meses "parado" numa cadeira à frente dum computador a trabalhar, ou não. Por muito que tente ao longo do ano ainda manter algum tipo de forma física, é bastante díficil sem fazer algum tipo de esforço prolongado. Na praia, isso muda tudo, pois posso fazer livremente o meu exercício preferido: correr.

Quando há uns dias o fiz pela primeira vez depois dos tais onze meses, levei o cronómetro e lancei-me praia fora. Obviamente fiz um esforço monumental para conseguir chegar aos 10 minutos antes de voltar para trás. Resultado pouco exímio, mas esperado. Tem de ser uma coisa mais progressiva. No dia seguinte, por exemplo pus o limite a mais dois minutos e meio. Como não quero chegar ao Algarve, acho que vou definir uns 30 minutos de limite máximo, porque ainda tenho de voltar para trás depois.

Correr na praia é uma experiência interessante. Dependendo dos dias, o terreno pode variar bastante. A areia pode estar firme ou afundar imenso, o vento pode estar de feição para qualquer direcção (claro que quando vou na direcção oposta o vento estará contra mim), os vários miúdos, garotos, crianças, infantes e afins metem-se no caminho (e a minha corrida torna-se uma prova de obstáculos.... obstáculos estes que têm a irritante mania de se mexerem freneticamente dum lado para o outro). Todos estes factores treinam capacidades diferentes, de resistência, força, rapidez, reflexos e santa pachorra.

Normalmente vou na direcção das praias das Pudendas, que estão mais vazias, e portanto mais livres para se correr. E vou por aí apenas por essa razão, não comecem a pensar coisas más, badalhocos!

Depois de voltar da corrida e dar uns belos mergulhos na água (bastante mais divertida com bandeira amarela ou vermelha), apanho um bocado de Sol e muito possivelmente chego a adormecer, apesar de ter umas mil pessoas a gritar, berrar, comer ruidosamente e a gerar todo o tipo de sons gástricos à minha volta. Sim, apesar de isso tudo, digo para mim:

"Ah, gosto mesmo de estar aqui..... Oi? 'Pera lá, larga-me, não, não me arrastes! AH! porque é que nos estamos a aproximar da água!? ARGH, maldita da concha, mas fazes o favor de me largar!? AH, não, pera, não! AAAHHHhhhhhh......."

E sou lançado para o meio dos meus amigos bacalhaus...


Outra grande vantagem de ir à praia é que não posso usar óculos. Portanto, todas as garinas parecem giras!

3 de agosto de 2010

Férias

As minhas férias não começaram exactamente da maneira que eu esperava.

Depois de um semestre na faculdade ligeiramente trabalhoso (fiz as cadeiras todas a que me propus, cinco, o que bate o meu recorde pessoal de cadeiras feitas num só semestre, três) pensei sempre que iria poder ir para a Costa de Caparica, e poder aproveitar um mês de descanso bem merecido, na minha mui humilde opinião. Já estava mentalizado para poder ler, escrever ou no geral, fazer o que muito bem me apetecesse.

Mas não.

No alojamento onde estou a escrever isto neste momento eram, aparentemente, precisas massivas quantidades de limpeza. Toca de agarrar o pano do pó e para meu infinito aborrecimento, lá limpámos a casa. Por alguma razão é que só consigo escrever algo sobre as minhas férias dia 3 de Agosto, em vez de dia 1.

Agora, a casa cheira tanto a limpo que me parece proibido passear pelas divisões, no medo de estragar o trabalho de dois dias.

Mas finalmente, agora sim, estou de férias (bom, pelo menos até os meus progenitores decidirem fazer outra coisa qualquer... como são eles que me pagam... erm.... basicamente tudo, é melhor obedecer).

Acho que numa de introspecção é saudável reflectir sobre os meus últimos 6 meses, nomeadamente em termos de rotina diária. Como já tinha dito, fiz 5 cadeiras este semestre, o normal para um aluno do meu curso (sim, eu sei que há cursos em que fazer 5 cadeiras por semestre é banal, e que até se fazem 7 ou 8... mas eu estou a aprender a ser engenheiro, e não leigo).

Mas fazer muitas cadeiras por semestre é deveras anormal para mim. Ou era pelo menos. Obviamente que houve sacrifícios envolvidos. Tanto sociais, familiares, físicos e psicológicos. Bom, na verdade talvez não, porque na verdade o que eu sacrifiquei foi o meu divertimento ao longo do semestre, nomeadamente na forma como os videojogos passaram cada vez menos a ter influência nos meus hábitos de estudo.

Sim sim... eu sou (era?) daqueles geeks (como toda a gente gosta de me chamar) que preferia estar a jogar computador do que a fazer.... bom, qualquer outra coisa. A verdade é que eu chegava a casa, fosse a que hora fosse, e independentemente das responsabilidades que eu tivesse académicas, ia jogar. Admito, não era exactamente inteligente da minha parte. Mas sou apenas humano, e como tal tenho direito de ser ilógico às vezes.

O que é que me mentalizou para revirar a minha vida? Bom, sinceramente não sei precisar, mas ao ver tanta gente a passar-me à frente talvez me tenha apercebido que nos dias de hoje, se alguém pára, é atropelado pela multidão que o segue.

No fundo, suponho que olhava para tantos exemplos de pessoal que não fazia nada, eles também completamente perdidos, e pensei "Eu não quero ser como eles, pois não?". Pois bem, teve de ser, comecei a realmente tentar perceber as coisas que os engenheiros barafustavam nas aulas. Horários pararam de ser importantes, o meu objectivo passou a ficar o máximo tempo possível na faculdade. É um facto esquisito: na altura, eu se estivesse em casa não fazia nada, mas se estivesse na faculdade já tinha motivação para trabalhar. Precisamente por isso comecei a "gastar" maior parte do meu tempo lá, para grande espanto de alguns dos meus colegas.

E meu.

No geral o semestre foi cheio de novas experiências com o novo Eu. Novos métodos de trabalho. Novos desafios. Variadas reflexões sobre as tranformações que me iam sucedendo. As tranformações que eu via igualmente em alguns colegas que também tinham aberto os olhos (e noutros que os fecharam). Apesar de ter sido um semestre em grande, teve tanto momentos bons como maus. O novo Eu exigia mais dos seus colegas e fui perdendo alguns bons amigos. Mas os que se mantiveram comigo fizeram destes meses um momento inesquecível. E por não querer ir-me embora do campus, o pessoal que tinha dúvidas podia vir ter comigo. Aí criei novas amizades e aprofundei outras.

Olho para trás e não me arrependo. Ainda tenho muito que melhorar. Por outro lado ainda tenho muito que fazer no curso, por isso tenho tempo.

Mas pergunto-me, valerá mesmo a pena ajudar os outros? Gastei muito muito tempo a ajudar pessoal que podia perfeitamente desculpar-me e pirar-me. É uma pergunta que me ficou na cabeça durante muito tempo. É de facto a coisa cristã a fazer, mas reparei que as minhas notas poderiam ter sido melhores se tivesse investido ainda mais no estudo individual.

Fico num dilema. Dantes tinha tempo mas não fazia nada porque jogava computador. Agora tenho tempo mas gasto-o em ajudar pessoal em coisas que para mim, por ter ido às aulas, por ter feito exercícios, por ter mostrado interesse, eram perfeitamente banais. Eles, que possivelmente pouco tinham feito, seja por que razão for, podiam estar tranquilos porque tinham alguém que lhes explicasse. Estranhamente, agora vejo nos meus colegas o que eu era dantes. No entanto, se isso é verdade, também o é que qualquer um que queira ter boas notas tem de depender pura e simplesmente dele. Eu sou prova disso.

Pode parecer arrogante, eu sei. "Ah, aquele gajo pensa que por ter passado umas horitas a mais por lá a estudar é grande mestre de tudo." Não. Muito pelo contrário. O esforço, para mim sobrehumano, que fiz (as maratonas, como um colega lhes chamou) nas horas extraordinárias não se comparam a certas histórias que ouço de outras pessoas, tanto do meu curso como de outros. O que eu fiz é puramente uma amostra do que eu TENHO de fazer cada vez mais: trabalhar. Quantas não ouvi já de amigos e amigas minhas de outras maratonas e esforços cataclísmicos maiores que os meus. Para eles, um grande bem haja. Talvez por essas e por outras tenha arranjado ainda mais motivação para melhorar.

Alguns dos docentes que tive este semestre também souberam motivar e disseram-me exactamente o que eu precisava de ouvir. A capacidade de organização de um estudante é fulcral, pois está directamente relacionado com a priorização de todos os aspectos da sua vida. Sobre isso também, descobri que de certa maneira é importante dar-nos bem com os engenheiros. Fazer com que eles saibam que estamos ali. Participar na aula, não ter medo de fazer perguntas, chegar sempre a horas das aulas. Sim, de certa maneira bajular, não tenho problemas em admitir. Fi-lo muito e se eu vir que o consigo fazer também no próximo semestre fá-lo-ei outra vez. Eles podem não saber o nosso nome, mas de cara pelo menos sim. As discussões dos meus trabalhos este semestre correram todas bastante bem exactamente por esse facto.

Pode parecer desonroso, eu sei. "Ah, aquele gajo passou porque ele era um graxista do caraças" Não. Pela minha lógica, se há algo que me vai ajudar a ter uma melhor nota vou obviamente concretizar. Para além disso, ser activo nas aulas é graxismo? Não me parece. Não o ser é que me parece de alguém desinteressado.



Foi o final de um capítulo bom da minha vida. Se eu acreditasse nas cenas dos professores Bambo e nos budas e nos shakras dos ninjas e tal e não sei quê possivelmente diria que estou numa fase de transição bastante esquisita. Agora tenho exactamente um mês para descansar (as aulas recomeçam no princípio de Setembro, por isso vai ser uma primeira semana dos diabos). No próximo semestre vai ser a doer outra vez, mas vou ver se bato o meu recorde de cadeiras feitas num semestre.

Ah, e ver se tiro a porcaria da carta.


Um tubarão consegue comer um bacalhau. Mas não um cardume deles.

1 de julho de 2010

Joel sai finalmente da sala. Tinha tido exame. Olhando para fora conseguia compreender claramente que lhe tinha corrido melhor do que ao resto dos estudantes.

"Elá, viste a última pergunta? Lá com o código e tal? Como é que se fazia isso? Era lixado!" - barafustava um.

"Idiota, bastava somar os vários números e aplicar o Teorema de Mikfuki..." - pensou Joel, divertido.

"Eh meu, logo a primeira pergunta espalhei-me todo! As fórmulas não faziam sentido nenhum! Eu bem olhava para aquilo, mas não consegui perceber como aplicar." - e ria-se, como se chumbando de certeza no exame fosse humoristíco.

Para Joel era de certeza, não era ele a chumbar.

"Essa pergunta nem precisava de fórmulas... Esta gente estudou sequer?" - pensou de novo.

"C'um catano! Olha-me lá para esta equação e diz-me lá se isto tava certo, foi o que tentei fazer, mas depois não consegui passar as coisas dum lado 'pó outro! Como é que te correu? Eu desisti logo depois de meia hora! Epá, o Gustavo ainda me passou umas cábulas antes de sair para ir ter com a gaja dele, uns vinte minutos antes de acabar o exame, acho que ainda dá para passar com o que ele me deu. Epá, era lixadíssimo. Será que alguém se safa? Isto é tudo uma grande porcaria, se eles fizessem isto de outra maneira o pessoal conseguia passar. Lá vamos ter de repetir isto 'pó ano, né? Bolas, mas como é que se fazia a última pergunta? Olha, lá vem o Bernardino, não vem muito contente, vem-se juntar ao clube. Ganda merda de teste! Conseguiste fazer o três? E a alínea b, então essa não percebi mesmo. Logo se via que isto ia acontecer, os gajos põem-se a inventar. Aquilo tava nos slides do gajo sequer? Olha a Efigénia, aposto que ela se safou, ela tinha aquele gajo que sabe bué ao lado e sempre que ela pede ele dá-lhe a folha de rascunho, só assim é que passa. Olha, lá vem o gajo, falando nele. Porra, aquilo era tudo marado, não percebi muito daquilo. Nem tu sabes? isto mostra mesmo a qualidade do exame! Olha, vem aí o Joel, nem a ele deve ter corrido bem."

"Então, como correu? Era lixado né?" - perguntou um dos estudantes, de ar desesperado.

Joel levantou uma sobrancelha, fazendo-se de intrigado com a questão. - "Não, era até banal."

Apesar de o ter dito baixo, muitos à volta calaram-se e assassinavam Joel com os olhos, sabendo que ele era arrogante o suficiente para não gozar com uma coisa daquelas, mas sim para gozar com quem achasse que tinha sido difícil. Foi com a mesma arrogância que se foi embora, deixando todos os seus colegas roídos de inveja, e alguns de fúria, pois sabiam que era um dos jovens mais talentosos do curso, ao mesmo tempo que era incrivelmente indelicado.

"Leigos. Leigos. Leigos. Estou rodeado de leigos. Culpam os outros pelas suas irresponsabilidades. Querem tudo de mão beijada. O nível de inteligência geral parece cada vez mais estar a baixar."

"Sim, mas com uma atitude dessas não vais longe pá."

Joel não precisou de se virar para saber quem era e não abrandou a marcha.

"A última coisa que preciso é de sermões. Cada um colhe o que semeia, sabes isso muito bem." - respondeu bruscamente.

"Sim, deveras, mas não te esqueças que isso também se aplica a ti. Estás sempre a criar inimigos entre os nossos colegas. Que raio de colega de trabalho hás-de ser quando estiveres no mundo de trabalho, hmm?"

"Possivelmente horrível, mas burro há-de ser o chefe que me despeça apenas por essa razão, pois eu sei e tu sabes que serei extremamente eficiente." - notou Joel.

"Pois, mas para alguns isso não será suficiente. Para além disso, não tiveste grande atitude com os teus colegas... Então tu sabes que há uma certa matéria que vai sair e não dizes a ninguém? Tanto quanto sei ninguém para além de ti fez o último exercício!"

"Essa agora!" - rugiu Joel - "Eu soube porque mandei um mail, falei várias vezes com os docentes. Se eu tive esse esforço eles também poderiam perfeitamente ter!"

"Sim, mas há que haver algum espírito de entre-ajuda académica pá. Como é que podes achar que não?"

"E gastar o meu tempo? Muitos distraem-se tão facilmente que seria difícil haver algum tipo de produtividade. A verdade é que ainda não encontrei ninguém que estivesse ao mesmo nível do meu em termos de capacidades de esforço e inteligência, obviamente. Prefiro trabalhar ao meu ritmo do que andar aí com um "pendura" às costas a atrasar-me. Para além disso, qual seria a grande vantagem de ajudar alguém? Sabem todos menos que eu, ninguém me poderia ajudar para retribuir."

"As coisas nem sempre são assim tão simples, sabes que......."

Dois estudantes cruzam-se com Joel. Um deles, estranhando, pergunta ao outro:

"Olha lá, não te parecia que o Joel estava a falar sozinho?"

19 de junho de 2010

Sociedade VII

Ah, o espanhol morreu?

Já não era sem tempo!

Um espanhol a dizer mal de Portugal enquanto que na realidade é português é algo tão imbecilmente contraditório que depois ainda se admiram que ninguém gostasse do Saramago!

E muita gente nem leu os livros dele!