6 de agosto de 2010

Férias

Eu admito, eu não gosto de praia...

Adoro.

A ponto de as últimas semanas antes das férias serem algo torturantes, pois nem nos fins de semana posso ir, e o desejo de pôr os meus pés na areia aumenta.

Devem imaginar o radiante que fico ao saber que vou ter um mês aproximadamente de praia. Mês esse que já estou a aproveitar.

Mas vejamos uma coisa, eu não gosto da praia pelas mesmas razões que quase toda a gente. Para já, a primeira coisa que faço é uma minuciosa protecção da minha pele. Apanhar escaldões não me interessa muito. Por muito que ache que o bronzeamento da minha pele seja um bónus, na verdade o pessoal usa a pele bronzeada num comportamento perfeitamente natural dos animais, o de chamamento de parceiro(a). Ilógico, portanto.

Para continuar, é preciso inserir o leitor no meu contexto. A cada ano estou cerca de onze meses "parado" numa cadeira à frente dum computador a trabalhar, ou não. Por muito que tente ao longo do ano ainda manter algum tipo de forma física, é bastante díficil sem fazer algum tipo de esforço prolongado. Na praia, isso muda tudo, pois posso fazer livremente o meu exercício preferido: correr.

Quando há uns dias o fiz pela primeira vez depois dos tais onze meses, levei o cronómetro e lancei-me praia fora. Obviamente fiz um esforço monumental para conseguir chegar aos 10 minutos antes de voltar para trás. Resultado pouco exímio, mas esperado. Tem de ser uma coisa mais progressiva. No dia seguinte, por exemplo pus o limite a mais dois minutos e meio. Como não quero chegar ao Algarve, acho que vou definir uns 30 minutos de limite máximo, porque ainda tenho de voltar para trás depois.

Correr na praia é uma experiência interessante. Dependendo dos dias, o terreno pode variar bastante. A areia pode estar firme ou afundar imenso, o vento pode estar de feição para qualquer direcção (claro que quando vou na direcção oposta o vento estará contra mim), os vários miúdos, garotos, crianças, infantes e afins metem-se no caminho (e a minha corrida torna-se uma prova de obstáculos.... obstáculos estes que têm a irritante mania de se mexerem freneticamente dum lado para o outro). Todos estes factores treinam capacidades diferentes, de resistência, força, rapidez, reflexos e santa pachorra.

Normalmente vou na direcção das praias das Pudendas, que estão mais vazias, e portanto mais livres para se correr. E vou por aí apenas por essa razão, não comecem a pensar coisas más, badalhocos!

Depois de voltar da corrida e dar uns belos mergulhos na água (bastante mais divertida com bandeira amarela ou vermelha), apanho um bocado de Sol e muito possivelmente chego a adormecer, apesar de ter umas mil pessoas a gritar, berrar, comer ruidosamente e a gerar todo o tipo de sons gástricos à minha volta. Sim, apesar de isso tudo, digo para mim:

"Ah, gosto mesmo de estar aqui..... Oi? 'Pera lá, larga-me, não, não me arrastes! AH! porque é que nos estamos a aproximar da água!? ARGH, maldita da concha, mas fazes o favor de me largar!? AH, não, pera, não! AAAHHHhhhhhh......."

E sou lançado para o meio dos meus amigos bacalhaus...


Outra grande vantagem de ir à praia é que não posso usar óculos. Portanto, todas as garinas parecem giras!

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