2 de junho de 2010

Tal X

Depois admiram-se...

Há muito tempo atrás, ainda na primária, uma actividade normal era colorir coisas. Poucos se apercebem que era uma das actividades mais racistas de sempre (e possivelmente ainda é). E isso não pode ser bom para o desenvolvimento normal de uma criança (quer dizer, eu também não lhe chamaria "normal" hoje em dia, mas quem sou eu para falar mal dos putos?). Porque é que eu digo isto? A grande chatice era sempre quando se queria colorir a pele de uma pessoa. A solução encontrada era a mui excelente expressão:

"Dá-me aí o lápis côr de pele..."

Pois era, havia uma cor que simulava (de maneira pouco satisfatória, mas enfim) a côr de alguém caucasiano. Ora, eu hoje estava na faculdade com um amigo meu preto, e veio lá no meio da conversa a "côr de pele". E aí reflecti.

Então mas só os brancos é que têm direito a um lápis cuja côr se refira exactamente ao seu tom de pele? Existem vários tons de pele, Santo Deus! Desde o castanho dos africanos (para não estar a usar a expressão "pretos" outra vez, porque às vezes o pessoal manda vir com isso; sinceramente acho que os pretos são tão "negros" como os brancos são "claros", mas isso é uma questão de ponto de vista, suponho...) ao branco dos escandinavos. Os gajos que inventaram o lápis côr de pele deviam ser uns arianos do caraças!

Eu acho que devíamos lutar por um Portugal mais justo. Mais politicamente correcto. Mais humano! Em que em vez de se dizer "Passa-me aí o lápis côr de pele!", se diga "Passa-me aí o lápis côr de pele de branco!". Ou o lápis côr de asiático. Ou o lápis côr de branco-que-apanhou-muito-Sol para-ir-pró-Morangos-com-Açúcar.



Os bacalhaus é que são espertos: eles só têm duas cores de lápis, portanto não podem acontecer coisas destas.

Sim, só duas. O azul e o côr de peixe!

Oi.... 'pera lá...

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