12 de abril de 2009

Religião

Ah sim... A Páscoa... O tempo em que os cozinhados com bacalhau são esquecidos e vem o cabrito como predominante. No entanto, reparei numa coisa que pode ser algo irritante.

A importância que as pessoas dão à Páscoa é algo surpreendente. E não estou a dizer que dêem muita. Se no Natal é a barafunda que é, pessoas felizes (supostamente) e atarefadas por todo o lado, publicidade em quantidades sufocantes, operações de caridade e não sei que mais, então, acho que a Páscoa, sendo a festa religiosa mais importante do Cristianismo deveria ser o dobro da excitação.

Como se sabe, infelizmente, não é.

É uma época tão importante que os jovens vão de férias. Só isso iguala (no MÍNIMO!) ao Natal. "Finalmente Páscoa, tava farto das aulas...". É verdade, a Páscoa é, para maioria dos jovens, apenas uma desculpa para não ter aulas. É deprimente de facto. Deviam passar a chamar a estas férias uma coisa do tipo "Férias intermediárias". Não gosto que usem o nome dum evento religioso extremamente importante, que a maioria acaba por não celebrar de todo, para fazer férias.

O mesmo aplica-se ao Natal.

Neste país ateu (já foi católico, mas já não é sinceramente), não acho justo que todos possam ter férias duma coisa que apenas uma minoria é que tem direito. Sim, minoria, porque de todas as pessoas que conheço, cerca de 10-20% dizem-se cristãs, e uns 2-3% agem como tal.

7 comentários:

  1. Grande verdade, sim senhor. Mas ainda digo mais. A maioria dos feriados em Portugal são de cáracter religioso: Natal, Páscoa, 15 de Agosto, 8 de Dezembro, 1 de Novembro, Quinta-feira das Ascenção e a maioria dos feriados regionais. Para mim só deviam gozar destes feriados quem fosse católico. É que assim anda muita gente sem fazer nenhum à pala de uma religião com a qual não se identificam...

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  2. Oh doce religião que tantas paixões despertas. Ora és fruto de solidariedade e amor ao proximo, ora remetes para um passado de Inquisição e uma ou outra bruxa na fogueira.

    Neste país ateu ( tenho alguma reservas quanto a isso) deviam alegrar-se os catolicos por se celebrar os feriados religiosos. Porque fosse Portugal um país verdadeiramente ateu não havia era nada para ninguem. Não seriam os catolicos apenas a desfrutar dos feriados/férias , simplesmente nao haveria feriados do estado. Porque a ser assim o Hanukah ( acho que se escreve assim) tambem seria so celebrado por Judeus, e vai nisso toma lá não-sei-quantos-dias( não sei mesmo quantos são).

    Mais, falas de uma má apropriação dos feriados religiosos por pessoas que não o são. Houvesse feriados só para catolicos era ver esses bandidos dos pecadores a baptizarem-se só para benificiar deles. Não queremos isso pois nao?

    Ao anonimo acima, acho que ficaria surpreendido com o numero de pessoas a fazer nenhum À pala de uma religião com a qual SE IDENTIFICAM. E suponho que deva ter tido uma má experiencia com ateus e outros credos, mas garanto-lhe que o não ser catolico está longe de ser causa para a preguiça.

    Quanto ao nome das férias. São férias e a altura em que calham é regida pela altura em que calha a Páscoa, vai daí Férias Da Páscoa.

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  3. Dantes dia 6 de Janeiro era Dia de Reis. Ainda o é hoje, mas já não é feriado.Esse pode simplesmente ter sido o primeiro de muitos, mas isso já são teorias paranoicas.

    Já ouviste falar do Crisma? O Crisma é o máximo sacramento dos Cristãos que não queiram ser padres e afins. Ora, eu SEI, por experiência própria (como quem diz que já vi isso acontecer) que muita gente só faz o Crisma para poder ser padrinho para outra pessoa que queira fazer o Crisma. Sim, já houve pessoas que me disseram isto, vê lá...

    O objectivo da religião NÃO é dar feriados ou férias ou outros beneficios desse tipo. Quem não perceber isso, não sabe o que está a fazer.

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  4. E isso e discordante do que eu disse porque?

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  5. Nao é discordante. É informativo para o resto do pessoal que ler isto.

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  6. Quase toda a Europa tem alicerces numa educação Judaico-Cristã. Ora isto pressupõe uma quantidade de tradições que foram passando de geração em geração. E não obstante as muitas convulsões a que a Europa se sujeitou, ainda assim perduraram algumas dessas tradições. A fé é algo que não se compra nem se educa. Ou se tem ou não se tem. Claro que há religiões que não aceitam estas opiniões e acham que a sua religião é unica e as outras não servem para nada. João PauloII foi um dos Papas que reconheceu as outras religiões e a sua importância. Era bom que os crentes e não crentes soubessem viver com as diferenças...

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  7. Concordo. Aliás, segundo os Direitos Humanos todos têm direito à sua religião. Isto é mais fácil aceitar se considerarmos que Deus, Jeová, Alá, etc são todos a mesma entidade (já para não falar das religiões politeistas).

    A fé ou se tem ou não se tem? Talvez. Mas isso é uma falácia que muitas pessoas cometem sem saber. A fé não é uma coisa que aparece assim de repente. Vai-se construindo. Obviamente também precisa de manutenção. Na fé cristã é mais dificil manter a fé. Se quiserem saber porquê, acho que a resposta é muito óbvia.

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